Convertido aos 14 anos a uma igreja evangélica, o carioca Marcos
Gladstone, de 36 anos, hoje gay assumido, sempre acreditou que seria
'recuperado' da atração que sentia por homens.
Durante quatro
anos, ficou noivo de uma mulher, mas pouco antes de se casar, decidiu
revelar à família dela sobre sua orientação sexual.
'Não sentia
amor pela minha noiva; apenas amizade. Quando disse à família dela que
era gay, a fofoca se espalhou rapidamente. Ela chegou a ficar três dias
sem comer', recorda.
Vítima de preconceito, Gladstone resolveu
fundar em 2006, junto com seu parceiro, Fábio Inácio, de 31 anos, a
'Igreja Cristã Contemporânea', pregando 'um discurso de tolerância' e
voltada predominantemente para o público gay.
No início, contavam
apenas com cinco membros. Hoje, a igreja já tem 1,2 mil fiéis e seis
filiais espalhadas pelo Brasil, além da sede no Rio de Janeiro.
Festas temáticas
Uma das formas encontradas pelas igrejas inclusivas para atrair novos
fiéis e integrá-los aos membros antigos é promover festas temáticas.
Na
igreja 'Comunidade Cidade de Refúgio', fundada por Lanna Holder -
ex-missionária da igreja evangélica Assembleia de Deus que acabou
expulsa por ser lésbica - são comuns as baladas gospel, realizadas uma
vez por mês.
Na festa, chamada de 'EletroGospel', bebidas
alcoólicas não são permitidas. 'O objetivo é que todos se divirtam com
moderação. Somos cristãos e, portanto, contra qualquer promiscuidade',
afirmou Lanna.
Já na 'Igreja Cristã Contemporânea', os fiéis são
convidados a participar de retiros espirituais, que ocorrem durante o
Carnaval.
Segundo Gladstone, a igreja recebe centenas de e-mails por dia de gays que têm medo de 'sair do armário'.
'Nosso
trabalho é de aconselhamento. É muito importante que um jovem
homossexual não se sinta sozinho mesmo quando a família não aceita sua
orientação sexual.'
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