10 de fev. de 2012

Filisofia


Nossos dias: a pós-modernidade
Desde o fim dos anos 1970 surgiu a idéia de que a modernidade (sociedade industrial) terminara e que se iniciara a pós-modernidade (pós-industrial). O que era a modernidade? Era o conjunto de idéias e de valores que haviam norteado a filosofia às ciências desde o fim do século XVIII até os anos de 1980, e que podemos brevemente resumir nos seguintes aspectos:

No campo do conhecimento: racionalismo; distinção entre interior e exterior ou entre sujeito e objeto; afirmação da capacidade da razão humana para conhecer a essência ou a estrutura interna de todos os seres.

No campo da prática: afirmação da diferença entre a necessidade que rege a ordem natural ou as leis da natureza e a ordem humana da cultura (ética, política, artes); afirmação de que os seres humanos são indivíduos e agentes livres; distinção entre o público e o privado; afirmação dos ideais da Rev. Francesa; afirmação de um sentido progressivo da história ou de ideais revolucionários de emancipação do gênero humano.

O pensamento pós-moderno critica essas ideias e as recusa:

Considera infundadas e ilusórias as pretensões da razão no conhecimento e na prática, quando não um disfarce para o exercício da dominação sobre os homens.

Julga que o conhecimento não se define por procedimentos articulados à distinção entre verdade e falsidade, e sim pelos critérios da utilidade e da eficácia: um conhecimento é válido se for útil ou se for eficaz (se servir de algo aqui e agora) ou se for eficaz para a obtenção de fins desejados por quem conhece, não importa que fins sejam.

Considera infundada a distinção entre sujeito e objeto, pois o conhecimento não visa a uma realidade existente em si mesma, e sim à invenção ou construção de objetos teóricos e técnicos. (No caso da filosofia, essa criação é feita por meio da linguagem, que, tal como na literatura, não diz o que as coisas são, mas cria coisas ao falar delas).

Não admite a distinção entre ordem natural necessária e ordem histórica ou cultura instituída pelos homens: ambas são invenções ou instituições humanas, contingentes, efêmeras e passageiras.

Não admite a definição do ser humano como animal racional dotado de vontade livre, mas o concebe como um ser passional, desejaste, que age movido por impulsos e instintos, embora, ao mesmo tempo, institua uma ordem social que reprime seus desejos e paixões.

Desconfia da política: a democracia gera a apatia crescente dos cidadãos; o socialismo e o comunismo desembocaram em regimes e sociedades autoritárias. Por isso desconfia da distinção entre o público e o privado e dá importância à esfera da intimidade individual.

Dá importância à idéia de diferença. Ou seja, em lugar de tomar a sociedade como uma estrutura que opera pela divisão social de classes, concebem o social como uma teia fragmentada de grupos que se diferenciam por etnia, gênero, religião, costumes, comportamentos, gostos e preferências.


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